11 de fevereiro de 2013

Aula de Cinema!

No curso de Fotografia a gente tem uma diciplina chamada 'Fundamentos da linguagem visual', traduzindo: Cinema!

Olha só que maravilha, cinema era a minha segunda opção de curso, se eu passasse na USP hehe

Até agora foi a única matéria que a gente teve mesmo aula (todas as outras foram só apresentação dos professores e tudo mais).

Na aula de sexta a Márcia (uma das professoras mais fofas que eu já conheci) falou sobre criação de personagens. A tarefa seria criarmos um personagem e na próxima aula levaríamos uma câmera para fotografar e apresentar o personagem, mas as coisas tomaram um rumo um pouco diferente do previsto...

Ela começou falando sobre o conto do Barba Azul. Pra quem não conhece, super indico. É muito interessante e te prende à história. Você quer saber como tudo vai acabar.

*eu tenho o texto, mas eu ainda preciso digitar ele e assim que eu fizer, posto aqui pra vocês*

Depois de contar a história, ela pediu pra a gente ditar como imaginávamos que seria o Barba Azul. Alto, cabeludo, de alta sociedade, rico, misterioso, intrigante, foram algumas características citadas.

A partir daí, ela falou um pouco sobre estereótipo, que seria um 'inconsciênte coletivo', já que a maioria das pessoas teve uma impressão parecida de como seria o personagem principal do conto. E então começou a surgir uma discussão de como seria a esposa do Barba Azul.

Foi aí que a Márcia decidiu passar essa atividade pra gente: Criarmos a personalidade da esposa do Barba Azul. Como? Dando características a ela. Ela passou 3 coisas essenciais na criação de um personagem, que seriam as características pessoais (relacionamento com a família, amigos, sociedade...), privadas (como ela age quando está sozinha) e profissionais (o que faz, satisfação...).

Na criação de um personagem é importantíssimo que se escreva o 'antes'. Como assim? Vou dar um exemplo: No filme 'Piratas do Caribe', vamos pegar como exemplo o Capitão Jack Sparrow, você não sabe como foi a sua infância, a relação dele com seus pais, como se tornou o pirata que é... Para o desenvolvimento do caráter de qualquer personagem é preciso que todas essas características sejam escritas, mesmo que não sejam mostradas durante o filme/história. Nesse processo você acaba escrevendo sobre personagens secundários. No caso da esposa do Barba posso escrever sobre a relação dela com a mãe, ou as irmãs, por exemplo, pra poder justificar porque eu escrevi ela da maneira como eu escrevi. (entendeu?)

Por exemplo: 'Ela era uma pessoa doce pois sempre teve uma relação boa com a mãe e sempre foi paparicada por ser a filha mais nova.' ou então 'Ela era uma pessoa amargurada pois foi desprezada pela mãe, já que o pai morreu e a mãe ainda estava grávida dela e descontou toda a sua tristeza na filha caçula.'

Enfim, tem que existir uma justificativa do porque a esposa dele é do jeito que você criou e automaticamente você acaba envolvendo personagens secundários (nesses casos, a mãe).

Depois de escrever sobre a personalidade e a parte psicológica do personagem, partimos para a parte física. Voltamos ao exemplo do Jack Sparrow: ele é sujo, barbudo e cabeludo. Usa um lenço amarrado na cabeça e não dispensa seu chapéu, ou seu revólver na cintura. Isso te lembra um pirata, certo? Pois é. Você cria as características físicas do personagem da maneira como você quer que ele seja reconhecido pelas pessoas que vêem o filme ou ouvem a história.

Voltando à esposa do Barba Azul. Se eu quiser fazê-la doce e ingênua, posso dizer que ela tem pele e olhos claros, cabelos longos e bem cuidados, com uma aparência angelical. E se eu quiser fazer dela a vilã da história posso usar as mesmas características até certa parte da história e então fazer com que ela se revele totalmente diferente, impressionando as pessoas. Se a história for somente contada, posso induzir as pessoas a pensarem que ela é essa menina doce, vindo à cabeça a imagem da pele clara e dos cabelos longos e ao se revelar, as pessoas automaticamente passarão a vê-la de forma diferente, talvez desarrumada, com uma feição diferente. Estereótipo: pessoas boas, aparência boa; pessoas ruins, aparência feia. Não é assim que você imagina?

Depois de tudo montadinho, bonitinho vem a parte legal: recortar revistas pra montar o corpo da personagem!

É muito legal criar um personagem pois você pode viajar e criar algo que ninguém jamais imaginaria. Ou você pode cair no 'inconsciênte coletivo' tão falado e escrever algo que talvez já fosse esperado, o que não deixa de ser divertido também.

'A gente cria personagens o tempo todo na nossa cabeça' - Márcia. haha

Uma das frases mais verdadeiras que já ouvi. Todos os dias de manhã quando estou no metrô fico observando as pessoas e gosto de imaginar como elas seriam. Muitas pessoas fazem isso automaticamente, mas eu faço porque gosto, e poder estar passando isso pro papel, criando um personagem talvez diferente de todos os outros que as outras pessoas vão criar, está me deixando nas nuvens!

Algo me diz que essa vai ser a matéria que eu mais vou gostar nesse curso. haha

Julia (:

Um comentário:

  1. Muito legal a sua postagem amiga. Conforme fui lendo, fui percebendo o quanto você tem aptidão para fazer cinema ou fotografia, pois a maneira como vcs escreve transparece a sua alegria e prazer em fazer quaisquer dessas coisas. Estou mtu orgulhosa de você. Parabéns!!!

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